segunda-feira, 14 de abril de 2008

E sobre a AVALIAÇÃO… uma visão mais teórica!

Já dizia alguém que “Não se sabe bem, seja o que for; senão muito tempo, depois de ter aprendido”.
Se percorrermos de uma forma extensa e intensa a bibliografia sobre Avaliação iremos encontrar tantas definições quantos os autores, os pontos de vista… deixo-vos alguns:
“A avaliação é um método de colecta e processamento de dados necessário à melhoria da aprendizagem.” (Bloom, Hastings e Madaus)
“Avaliar é obter informações que se vão utilizar em seguida para tomar decisões ou para modificar uma decisão já tomada.” (Y. Tourner)
“…define-se como uma nota de uma modalidade ou de um critério considerado num comportamento ou num produto.” (Landsheere, 1994)
“Planificar, recolher informação, formular juízos de valor, tomar decisões… são estes os quatro momentos indispensáveis para definir um comportamento avaliativo! O facto de não vivermos isolados – somos um animal social – obriga-nos a ponderar, nas nossas decisões, nas decisões dos outros, com quem temos de interagir nos caminhos, cruzamentos, rotundas, praças, avenidas, fruto das nossas opções avaliativas. Avaliar, é assim um comportamento objectivo, mas não neutro. Quem avalia parte de pressupostos que se constituem, desde logo, parte integrante do processo de avaliação.” (Rodrigues, 2006, 6ªed.)
Segundo Hadji (1994) avaliação denomina-se o acto pelo qual se formula um juízo de “valor” incidindo num objecto determinado (indivíduo, situação, acção, projecto, etc) por meio de um confronto entre duas séries de dados que são postos em relação:
- dados que são da ordem do facto em si e que dizem respeito ao objecto real a avaliar;
- dados que são da ordem do ideal e que dizem respeito a expectativas, intenções ou a projectos que se aplicam ao mesmo objecto.
Chama-se REFERENTE ao conjunto das normas ou critérios que servem de grelha de leitura ao objecto a avaliar; e REFERIDO àquilo que desse objecto será registado através dessa leitura.
Assim, segundo Rodrigues (2006, 6ªed.) o processo é assim duplamente enganador:
- O avaliador só encontrará aquilo que procura, nem mais nem menos. (REFERENTE)
- Mas, aquilo que ele procura é fruto, não da realidade externa a avaliar, mas das próprias condições de constituição do processo avaliativo. (referido)

Volto à mesma frase que tanto gosto: Avaliar, é assim um comportamento objectivo, mas não neutro. (Rodrigues, 2006, 6ªed.)


Para quem quiser consultar deixo aqui algumas pistas bibliográficas:
HADJI, C. (1994). A Avaliação, regras do jogo. Porto: Porto Editora.
LANDSHEERE, V. (1994). Educação Formação. Porto: Edições Asa.
RODRIGUES, M. C. E FERRÃO, L.B. (2006, 6ª Ed.). Formação pedagógica de Formadores. Lisboa: LIDEL – Edições Técnicas.
CURY, A. (2005, 9ªed.). “Pais brilhantes, Professores fascinantes.” Cascais, Portugal: Editora Pergaminho.

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