segunda-feira, 31 de março de 2008

Baú de Recordações...

Como durante as sessões temos falado muito acerca da ausência de partilha entre os vários CNO e entre os próprios técnicos, pensei partilhar com os colegas uma das sessões de reconhecimento de Nível Secundário, em que utilizei a dinâmica que a seguir descrevo e que foi bastante positiva, na minha opinião.

O objectivo era desocultar competências, através da promoção do auto e hetero-conhecimento.
Na primeira sessão com o grupo, antes de os adultos se apresentarem, eu própria (profissional de RVCC) apresentei-me através de um “baú de recordações”. Esta "técnica" foi adaptada da sessão de formação com a Dr.ª Paula Marcolino, pois senti-me muito mais à vontade para partilhar algumas experiências com os colegas, depois da própria formadora o fazer.

Assim, reuni numa caixa alguns objectos relacionados com diversas situações da minha vida que constituíram um momento de aprendizagem e que contribuíram para a minha formação. Apresentei-me através desses objectos e sugeri aos adultos que construíssem também o seu “baú”, para partilharem com os colegas numa sessão posterior.
Passadas algumas semanas (a confiança no grupo foi aumentando), as adultas (é um grupo feminino!) foram convidadas a trazer o seu “baú”. Assim, uma “simples” sessão de reconhecimento transformou-se igualmente num momento de recordações de algumas experiências semi-apagadas com o tempo e que nem sequer tinham sido referidas na autobiografia.
Uma das vantagens desta experiência foi, sobretudo a aprendizagem com as colegas, porque todos nós crescemos, aprendemos e desenvolvemo-nos em interacção.
Emoção, partilha, aprendizagem, crescimento, valorização pessoal, demonstração de competências… Foram algumas das palavras que ecoaram na minha cabeça no final da sessão.

Aqui ficam algumas das imagens dessa sessão, que penso que falam por si...

5 comentários:

Miguel Ribeiro disse...

Bonitas fotos...

O CNO da ANOP está neste momento a reflectir sobre estratégias que facilitem a apropriação do processo de rvcc pelos sujeitos (em particular os referenciais de competências-chave).

Parece-me que esta é uma excelente estratégia interactiva e uma sugestão a reter!

Ade disse...

Achei a tua iniciativa muito bem conseguida! Acho que a décalage entre a realização da actividade da auto-biografia e a do baú favoreceu o aparecimento de novos elementos. Para além disso constituiu um momento de valorização individual, em que as candidatas puderam debruçar-se sobre o seu passado, equacionar quem foram e partilhar o que de bom tinham com as colegas. Afinal há algo mais que importa no processo de RVCC para além da consecução das metas...

MafaldaBranco disse...

Adérito,
na minha opinião há muito mais para além das metas, aliás, o que me importa enquanto profissional é precisamente o que o processo pode significar para cada um dos adultos. Fazer um processo RVCC sem que este seja efectivamente transformativo para os adultos não faz sentido, é "dinheiro" desperdiçado... se continuarmos só a dar importância aos números, daqui a uns anos vamos todos ter pena de ter feito parte de mais uma iniciativa sem frutos, sem impacto efectivo no aumento da qualificação dos portugueses. De que vale aumentar o número de adultos com o 9.º ou 12.º ano se eles não perceberem a importância do "diploma" na sua vida, se não continuarem a investir em formação e na aprendizagem ao longo da vida?...

MafaldaBranco disse...

Miguel,
penso que esta é uma possível estratégia para a apropriação do que é um processo RVCC. É uma metáfora que ajuda a desconstruir a complexidade do processo e dos objectivos do mesmo, para além de fomentar a auto-estima e a partilha entre pares.
Gostava que se partilhassem mais experiências de descodificação dos referenciais, por exemplo. Como estão a fazer neste momento?

Helga Marques disse...

Gostei muito da ideia. Posso copiar??