quinta-feira, 19 de junho de 2008

Sobre o seminário final do curso de animadores de BdC

Caríssimos e caríssimas,
Parece mentira que já passaram praticamente 3 semanas desde o seminário final do curso de animadores/as de BdC…
Desde então não tinha tido ainda oportunidade de fazer duas coisas:

1) Dizer-vos que foi para mim uma manhã extraordinariamente produtiva e enriquecedora. Acho que conseguiram, de facto, tratar o tema do BdC com grande elevação teórica e enorme pertinência prática. Trata-se de uma metodologia extremamente rica, mas tal nem sempre é suficientemente reconhecido, ou quando é reconhecido não é depois concretizado nas respectivas abordagens. Temos sofrido com isso, sobretudo pela redução do BdC à preparação para a certificação de competências. Este curso, de que vocês são os principais intérpretes, recoloca o BdC na sua verdadeira dimensão: tecnicamente complexa, socialmente transversal, servindo abordagens diversas, que podem passar pela orientação, o aconselhamento e encaminhamento, a formação e o empreendedorismo. Portanto é com toda a naturalidade que vos dou os parabéns e vos agradeço o bom momento proporcionado.

2) Deixar-vos algumas notas, de carácter estritamente pessoal, que o pouco tempo para debate me impediu de apresentar no momento próprio.

Grupo 1/ BdC Organizacional
É importante tratar as competências colectivas a par das competências individuais; é importante, também, que as vantagens deste tipo de processos sejam equilibradas: entre os trabalhadores e a empresa, entre a melhoria dos níveis de perfomance no trabalho e a construção de novas relações na organização que sejam baseadas também no próprio auto-conhecimento de cada trabalhador. Cuidado com a metáfora da lupa! (Há que distinguir entre o BdC como avaliação que recai sobre o sujeito do BdC como avaliação que é feita pelo sujeito – v. José Manuel Castro) Terá que ser uma lupa que permita a cada um olhar-se interiormente.

Grupo 2/ O acolhimento
As referências à cultura oriental são fundamentais e muito actuais, pelo que a relação dos indivíduos com o espaço de acolhimento tem relevância. Uma das virtudes da vossa abordagem, e daí a sua originalidade, é o lugar central que atribuem ao que normalmente é secundarizado: o acolhimento, que é por um lado processo técnico, definido por um conjunto de passos e de regras, mas é também expressão de um todo que engloba o espaço físico, a cultura da organização que acolhe, o espírito de cada profissional, pois cada técnico/a ou mesmo dirigente pode ser a qualquer momento chamado a tornar-se o rosto da sua instituição. Por isso, sim! O acolhimento tem implicações no percurso de qualificação. Será talvez vossa missão, visto terem levantado a questão, adiantarem um pouco mais sobre como articular qualidade e metas, tema fulcral e que merecia maior desenvolvimento.

Grupo 3/ BdC para pessoas com deficiência
O trabalho que apresentaram, fortemente enquadrado em termos teóricos, tem grande actualidade e reúne todas as condições para servir de base a futuras experimentações nesta área, as quais certamente irão surgir nos próximos tempos. A proposta que desenharam tem pelo menos duas potencialidades, parece-me: 1) Perspectivar o BdC na sua relação com áreas próximas (vocês disseram, e julgo que muito bem, parentes) nomeadamente a Orientação escolar e profissional e a Avaliação vocacional, o que traz um enriquecimento acrescido à metodologia; 2) Conceber a hipótese de uma aplicação do BdC a públicos específicos preservando a universalidade da metodologia e portanto conservando as suas dimensões estruturantes. No entanto, faltou um ponto de vista prático e operacional – muitas questões poderiam, neste âmbito, ser colocadas com toda a pertinência e interesse.

Grupo 4/ BdC a distância
O tema é extremamente desafiante, tendo sido colocado mais na óptica da problematização e da análise crítica do que da construção de soluções. O resultado é um questionamento de fundo que é forte, permitindo pôr em causa algumas resistências típicas existentes, nomeadamente: onde fica a relação entre o/a técnico/a e o sujeito? Como garantir a autenticidade das provas a apresentar num processo de BdC a distância? No final uma certeza: a de que não existe um/a candidato/a perfeito/a, que possa ser antecipadamente enquadrável pelo sistema num qualquer tipo de processo-modelo, fixo e previsível. Daí a necessidade de trabalhar em novas ofertas a diferentes níveis de presencial/ a distância. Neste âmbito há já algumas iniciativas, ainda que tímidas ou satisfazendo apenas parcialmente a ideia de um BdC a distância; mas valeria a pena tê-las tratado, ou pelo menos tê-las referido, no estudo que realizaram. Poderão ser, pela positiva ou pela negativa, um bom ponto de partida para o trabalho que há ainda a fazer nesta área.

sexta-feira, 13 de junho de 2008

Rectificação

No nosso trabalho "Balanço de Competências em contexto de Re(Habilitação), aparece um erro na introdução., página 9, linha 16.

Em vez de "deficientes" deve ler-se "pessoas com deficiência e/ou incapacidade"

domingo, 1 de junho de 2008

Momentos pós-seminário


Tantos copos...


No CNO de Ansião também se aprecia comida italiana. Resta saber se era adequado o Feng-Shui do restaurante.


O Rui muito compenetrado a degustar o seu Al Pesto.